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O mínimo que você precisa saber sobre Sensores em Elevadores de Caneca

Em ambientes industriais, elevadores de canecas operam de forma contínua e intensa, transportando grandes volumes de grãos, açúcar, farinha e outros materiais a granel. À primeira vista, trata-se de um processo simples. No entanto, quem atua na operação sabe que a segurança desses equipamentos vai muito além do funcionamento mecânico: ela depende de monitoramento constante e de um sistema eficiente de detecção e prevenção de riscos.

Sensores são componentes indispensáveis nesse contexto. Funcionam como vigilantes eletrônicos, capazes de identificar desvios operacionais e prevenir situações críticas que podem resultar em incêndios, explosões ou danos severos ao equipamento.

Monitoramento: a Base da Segurança

Em elevadores de canecas que lidam com grãos ou pós combustíveis, a prevenção de acidentes está diretamente ligada ao monitoramento contínuo. Esse monitoramento é realizado por meio da instalação de sensores em pontos estratégicos, capazes de detectar anomalias e interromper a operação antes que problemas pontuais evoluam para eventos catastróficos.

Quantidade Mínima Recomendada de Sensores

Para uma operação segura, recomenda-se a utilização de quatro tipos principais de sensores:

  • Sensores de temperatura
  • Sensores de desalinhamento
  • Sensor de velocidade
  • Sensor de embuchamento (entupimento)

A seguir, detalhamos a função e a instalação mínima de cada um deles. Vale ressaltar que esses números representam um padrão básico de segurança. A quantidade final pode variar conforme o tipo de elevador, a capacidade de transporte e as condições operacionais.

1. Sensores de Temperatura

A função desses sensores é evitar que o superaquecimento de mancais e polias provoque ignição.
Recomendação mínima: quatro sensores do tipo PT100, instalados da seguinte forma:

  • Dois na parte superior (cabeça), um em cada mancal
  • Dois na parte inferior (pé), um em cada mancal
    Caso haja rolamentos adicionais, recomenda-se ampliar o número de sensores proporcionalmente.

2. Sensores de Desalinhamento

Correias desalinhadas podem gerar atrito e centelhas (faíscas), elevando o risco em ambientes com poeiras combustíveis.
Recomendação mínima: quatro sensores, instalados em configuração cruzada (X):

  • Dois próximos da cabeça do elevador
  • Dois no pé do elevador
    Essa configuração permite detectar qualquer desvio na correia de forma rápida e precisa.

3. Sensor de Velocidade (também conhecido como sensor de movimento)

Variações na velocidade do equipamento podem indicar sobrecarga, falhas mecânicas ou desalinhamento.
Recomendação mínima: um sensor instalado no tambor do pé, para monitorar alterações de velocidade e acionar alarmes ou parada automática em caso de anomalia.

O correto é ter um alarme caso a velocidade baixe em 10% e a completa parada do equipamento caso esta velocidade baixe 20% do normal.

4. Sensor de Embuchamento (Entupimento)

Acúmulo ou obstrução do fluxo de material pode causar sobrecargas e danificar o equipamento.
Recomendação mínima: um sensor instalado na calha de descarga, que interrompe a operação ao detectar entupimentos.

Automação Integrada: Resposta Rápida e Segura

A maioria dos sensores, por si só, apenas coletam dados. Para que esses dados resultem em ações eficazes, é indispensável que estejam conectados a um sistema automatizado de controle. Esse sistema deve processar continuamente as informações recebidas e, ao identificar qualquer condição fora dos parâmetros de segurança, executar medidas imediatas, tais como:

  • Interromper automaticamente a operação do elevador;
  • Acionar alarmes visuais e sonoros para alertar a equipe;
  • Registrar os eventos para análise e rastreabilidade.

Essa integração garante uma resposta rápida, reduzindo significativamente o risco de acidentes e danos ao equipamento.

Alguns sensores possuem relés de saída e alguns ainda são redundantes (relé e envio das informações simultaneamente).

Existem também soluções para plantas que não tenham um controlador central.

Referências Normativas e Técnicas

A adoção de sensores em elevadores de canecas não é apenas uma boa prática: ela está alinhada a normas nacionais e internacionais voltadas para segurança de processos e prevenção de explosões:

  • NR-12 – Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos (Brasil).
  • NR-31  – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura. (Brasil).
  • NR-33 e NR-35 – Trabalhos em espaços confinados e em altura, aplicáveis às atividades de manutenção e inspeção.
  • Normativas de Bombeiros: IT 27/2019 São Paulo, NT 024 Goiás, NPT 027 Paraná, CBMRS N.º 22 Rio Grande do Sul, etc…
  • ABNT NBR 16385 – Sistemas de prevenção e proteção contra explosão em manuseio de partículas sólidas combustíveis.
  • NFPA 61 – Standard for the Prevention of Fires and Dust Explosions in Agricultural and Food Processing Facilities (EUA).
  • NFPA 652 – Standard on the Fundamentals of Combustible Dust.
  • OSHA (Occupational Safety and Health Administration) – Regulamentações para ambientes industriais nos EUA.
  • Normas e Instruções Técnicas dos Corpos de Bombeiros (NPT/IT) – Regulamentações estaduais brasileiras que tratam da prevenção e combate a incêndio, abrangendo requisitos para áreas industriais, armazenamento e manipulação de materiais combustíveis.

Nos EUA existem desde 1910 normativas para transportadores em funcionamento em plantas de açúcar, mas isso não impediu o famoso desastre da imperial sugar em 2008 e tantos outros depois deste.

Essas normas e instruções orientam práticas seguras de projeto, operação e manutenção em sistemas que lidam com pós combustíveis, reforçando a necessidade de monitoramento contínuo, automação e medidas preventivas como forma de proteger vidas, equipamentos e patrimônios.

Segurança como Prioridade

Em operações com elevadores de canecas, investir em sensores não é um custo, mas uma medida essencial de proteção. Cada sensor representa uma camada de segurança adicional, capaz de evitar prejuízos materiais e, principalmente, preservar vidas.

Na Grunn, a segurança é tratada como prioridade. Nossos sensores são os únicos no mercado com 5 anos de garantia.

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