Lições Explosivas: O Legado Permanente do Desastre no Elevador de Grãos DeBruce

Conheça um dos mais devastadores acidentes industriais relacionados à poeira combustível nos EUA e entenda como os riscos poderiam ser mitigados.
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O desastre no elevador de grãos DeBruce em 1998 foi um dos mais devastadores acidentes industriais relacionados à poeira combustível nos EUA. Localizado em Wichita, Kansas, o elevador estava conectado a um total de 310 silos. Até aquela data, era considerado o maior elevador de grãos do mundo, com uma capacidade de armazenamento de 20,7 milhões de sacas. Infelizmente, também foi o cenário de uma série de explosões que resultaram na morte de 7 pessoas e pelo menos 10 feridos.

O acidente foi desencadeado pela ignição de poeira de grãos em um dos túneis do elevador, onde um rolamento superaqueceu e causou uma explosão inicial. Vale mencionar que, apenas uma semana antes, na mesma área, houve um incêndio que foi controlado. Essa explosão incendiou a poeira de grãos suspensa, extremamente inflamável, e desencadeou outras explosões em uma reação em cadeia ao longo da estrutura do elevador. O complexo inteiro sofreu danos e o teto de alguns silos foi lançado pelos ares com a força do impacto.

A investigação do incidente foi conduzida pelo Grain Elevator Explosion Investigation Team (GEEIT), com a ajuda da Administração de Segurança e Saúde Ocupacional (OSHA). O papel da OSHA foi crucial para identificar as causas da explosão e fornecer diretrizes para evitar futuros acidentes semelhantes. A investigação revelou que a manutenção inadequada e a limpeza deficiente foram fatores contribuintes para o acidente. Descobriu-se que os sistemas de controle de poeira do elevador estavam inoperantes há quase um ano e que não havia uma política efetiva de limpeza, o que resultou em um acúmulo significativo de poeira combustível presente em toda a estrutura. Em alguns locais, esse acúmulo chegava a  17,78 centímetros de profundidade. Testemunhas relataram que, durante a operação do elevador, a nuvem de poeira em suspensão era muitas vezes tão densa que não se podia ver a mão na frente do rosto.

Focar apenas nos detalhes da ignição inicial seria um erro para entender por que esse acidente aconteceu. O foco aqui está nas decisões corporativas deliberadas que permitiram as seguintes condições perigosas:

  • Falta de sensoriamento;
  • Acumulação contínua de materiais combustíveis;
  • Falta de manutenção dos sistemas de controle de poeira;
  • Negligência na manutenção preventiva dos equipamentos.

Esses fatores, conhecidos por seus riscos e sob controle da empresa, tornaram o desastre inevitável.

Em fevereiro de 2001, a DeBruce concordou em pagar US$ 685.000 em multas, embora não admitisse culpa, mesmo após todas as evidências encontradas pela OSHA demonstrarem o contrário.

O desastre no elevador de grãos DeBruce nos ensina a importância crítica de monitoramento constante para combater a formação de poeiras combustíveis. Para prevenir acidentes semelhantes, é essencial que instalações com poeira (quase sempre combustíveis) implementem sistemas robustos e efetivos de controle de nível de poeira, além de sensoriamento para evitar faíscas ao monitorar a temperatura dos mancais, desalinhamento de correia, velocidade e embuchamento, além de treinamentos de segurança frequentes e um rigoroso cronograma de manutenção dos equipamentos. A adoção de soluções de controle de poeira industrial e sistemas de detecção de poeira explosiva é fundamental, pois essas medidas poderiam alertar os operadores sobre os níveis perigosos de poeira acumulada e mitigar o risco de explosões. Compreendendo os riscos associados à poeira e adotando medidas preventivas eficazes, é possível reduzir significativamente a probabilidade de ocorrência de explosões catastróficas como a do elevador de grãos DeBruce. 

Esta tragédia serve como um lembrete sombrio da importância de não esquecermos as lições aprendidas das cinzas de seus silos destruídos. Em 2023, o acidente completou 25 anos e mesmo após tanto tempo, uma busca rápida na internet ainda associa a empresa ao acidente. Este cenário nos provoca a refletir sobre o legado que deixamos. Que tipo de memória queremos que perdure sobre nossas práticas e negócios? É fundamental questionar se desejamos ser lembrados pelos fracassos ou pelas maneiras eficazes e inovadoras com que mitigamos os riscos e promovemos a segurança.

O que você está fazendo hoje para garantir que seu legado seja positivo e exemplar para as futuras gerações?

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